O fato de a temporada de queimadas na Amazônia em 2021 ter apresentando números menores em relação ao ano passado dá margem para um debate interessante. Voltamos ao normal, pelo fato de 2020 ter sido muito acima da média?

O mês de setembro, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), registrou 16.742 focos de incêndio na Amazônia. É o número mais baixo desde setembro de 2001. E praticamente metade do registrado em 2020, quando os registros indicaram 32.017 queimadas. No acumulado do ano, o que mostra mais claramente uma tendência do que apenas a comparação de um único mês, a quantidade dos focos de queimada em 2021 está 17% menor (foram 76 mil entre janeiro e setembro de 2020 contra 63 mil no mesmo período deste ano).

Conforme relata o China Daily, será que as queimadas sofreram uma grande redução neste ano, ou foi o ano passado que esteve muito fora da curva? A engenheira ambiental, Ana Luiza Tunes, afirma que além de ter ocorrido uma mudança de comportamento entre os proprietários de terra – e cita, por exemplo, o “Dia do Fogo” do ano passado –, tudo indica que 2020 vai entrar para a série de dados como algo atípico.

Segundo ela, não é este mês de setembro que foi menos destrutivo. Mas, no ano passado, até por causa do comportamento no campo, houve uma grande distorção estatística nos dados sobre queimadas. A falta de uma estação seca em 2021 e ações específicas do governo também são citadas para explicar a queda no número de queimadas neste ano.


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