Dar o tempo que a natureza precisa para se regenerar após a ação humana é vantajoso para a floresta, o clima e o cumprimento de metas de redução das emissões de CO2.

Uma área de 7,2 milhões de hectares – o tamanho da Irlanda –  está em processo natural de regeneração na Amazônia. O Imazon mapeou o território e constatou que ele se recupera e depende de preservação para se tornar uma floresta madura. Hoje, a cobertura é de vegetação secundária, com mais de seis anos de idade. Caso seja mantida, ela pode voltar a adquirir as características de floresta madura. Seria uma oportunidade para o Brasil recuperar passivos ambientais e reduzir as emissões líquidas de carbono. As áreas de vegetação secundária podem somar 60% da meta que o Brasil assumiu em 2015 frente à ONU, de restaurar 12 milhões de hectares de mata nativa, diz matéria publicada na segunda-feira pela CNN Brasil.

O levantamento, feito dentro do projeto Amazônia 2030, excluiu áreas de “pousio”, onde os agricultores param de plantar por até cinco anos para que o solo descanse. O relatório, no entanto, alerta que o avanço do desmatamento e da degradação florestal, combinados às mudanças climáticas, podem afetar profundamente a capacidade de regeneração do bioma Amazônia. “Há o risco de a região atingir o ponto de não retorno em relação à sua condição florestal. Portanto, evitar a necessidade de restauração florestal, ou seja, zerar o desmatamento e a degradação, são elementos fundamentais para a sustentabilidade da região”, dizem os pesquisadores. Em 35 anos, a Amazônia perdeu 74,6 milhões de hectares em vegetação original.

Das áreas mapeadas pelo projeto Amazônia 2030, o Pará tem 42%, o Mato Grosso 17% e o Amazonas também 17%. Cerca de 475 mil hectares ou 7% dessa vegetação ocorre nas faixas de Áreas de Proteção Permanente (APPs) hídricas. As outras áreas ficam em declives ou em áreas com potencial para reserva legal. O levantamento do Imazon foi publicado originalmente em abril deste ano.


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