Pesquisar o passado é essencial para planejar o futuro
As florestas tropicais são dos habitats terrestres mais ameaçados do planeta. Constantemente estão na mídia e são, portanto, essenciais em debates acerca do período Antropoceno, no qual as atividades humanas passaram a causar impactos enormes no planeta. A partir do século 20, as atividades que sempre vêm à mente são a queima de combustíveis fósseis, o aumento da produção de plásticos e a poluição. No entanto, não é de agora que os seres humanos convivem com as florestas tropicais.
Em vista disso, pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, associados aos Max Planck Institute for the Science of Human History e o Smithsonian Research Institute, compilaram uma edição especial na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), chamada de “Florestas tropicais como locais fundamentais do Antropoceno: perspectivas do passado e do presente” (em tradução livre). E afirmam: se queremos planejar melhor o futuro, precisamos analisar em profundidade o passado, em busca de raízes do Antropoceno nos trópicos.
A edição especial da PNAS mostra a grande variedade de métodos que os pesquisadores utilizam atualmente, de microscópios de alta potência a análises de núcleos de sedimentos, de escavações arqueológicas ao sistema scanner aerotransportado a laser, a fim de analisar como as pessoas interagiram com ecossistemas, climas e solos tropicais. Os trabalhos da edição investigam, por exemplo, a exploração de ovos de aves gigantes na Nova Guiné ou os impactos de arrozais em coníferos antigos e ameaçados da China.
Um dos editores do novo volume, Patrick Roberts, assinala que as mudanças feitas pelos seres humanos “provavelmente não são um fenômeno recente.” Compreender as origens do Antropoceno nos trópicos não é importante apenas para a proteção da biodiversidade e do ecossistema. Também revela os processos históricos desequilibrados que formaram os alicerces de como as pessoas interagem com os sistemas terrestres hoje em dia.
Um resumo da edição foi publicado pela Science Daily. O trabalho completo está aqui.
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