Atividades humanas, que ocupavam 6% do bioma, hoje estão em 15% da área

Há 36 anos, pastagens, agricultura, mineração e áreas urbanas ocupavam 6% da chamada Pan-Amazônia, a área da floresta nos 9 países que a abriga. Em 2020, essas atividades abarcavam 15% de sua área total. Nesse período, 74,6 milhões de hectares – tamanho similar ao do Chile – de vegetação natural desapareceram. Enquanto a vegetação ia sumindo, a área da mineração cresceu mais de 6 vezes, no período, a da agropecuária aumentou 151% e a de cidades e vilas, 130%.

De acordo com Cícero Cardoso Augusto, coordenador técnico do MapBiomas, 17% da área total perdeu sua cobertura vegetal original, como resultado de atividades humanas, incêndios e alagamentos. Nos Andes, 52% das geleiras, que abastecem os sistemas fluviais do bioma, também sumiram. “Esse estudo permite entender o que está acontecendo na Amazônia, o que pode mudar e o que podemos fazer”, disse Augusto.

Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, que fez o levantamento, lamenta a “antropização” da região. “O desmatamento é um padrão marcante em toda a América do Sul. Os dados são inestimáveis para o entendimento da dinâmica de uso dos recursos naturais da região, além de contribuir para a modelagem climática, o cálculo das emissões de carbono e remoções de gases de efeito estufa”, afirmou.

O bioma Amazônia se espalha por nove países: Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil, que concentra 60% da floresta.

O levantamento foi publicado por Estado de São Paulo, CNN Brasil, Folha de S. Paulo e G1.


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