O estado do Pará continua como campeão de destruição, seguido pelo Amazonas

O desmatamento na Amazônia em agosto atingiu o maior índice dos últimos 10 anos, e o acumulado do ano, desde janeiro, também foi o pior da década, segundo levantamento do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A área desmatada em agosto, de 1.606 km², equivale a cinco vezes o tamanho de Belo Horizonte.

A tragédia, no entanto, não se resume ao tamanho da área destruída. “Visualizar uma queimada em termos de campos de futebol [ou de cidades] pode passar uma ideia errada da dimensão da perda, uma vez que, no nosso imaginário de “campos de futebol”, visualizamos apenas gramados extensos”, escreve Dora A.L Canhos, diretora de projetos do Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA). “Perde-se, com essa imagem, o fator fundamental por trás da tragédia, além do fator humano. Qual foi a perda da biodiversidade? Quais ecossistemas foram afetados? Que espécies foram afetadas?”, questiona no blog do CRIA.

O Pará continua sendo o estado que mais desmata, com 638 km², ou 40% de toda a devastação na Amazônia Legal. O estado também responde por seis das dez unidades de conservação que mais destruíram florestas e metade dos municípios, terras indígenas e assentamentos. O Amazonas continua, pelo quarto mês, como o segundo que mais desmata no bioma, segundo dados do Imazon.

A pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, destacou à CNN Brasil que entre as consequências do desmatamento estão as mudanças no ciclo hidrológico, que afetam o sistema de chuvas e consequentemente agravam a crise energética. “Temos também ameaça aos povos tradicionais, indígenas e ribeirinhos, quilombolas e extrativistas, como a perda de biodiversidade tanto de fauna quanto de flora”, diz.Poder 360, G1 e Extra estão entre os que repercutiram o levantamento.

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