Com muitas fotos e gráficos, G1 detalha aspectos como desmatamento e queimadas, construção de infraestrutura, garimpo e mineração

O que aconteceu na Amazônia nos últimos 15 anos, e o que se pode esperar para a maior floresta tropical do mundo no futuro? O G1 publicou uma matéria especial acerca das feridas do bioma. Com muitas fotos e gráficos, o material detalha aspectos como desmatamento e queimadas, construção de infraestrutura, garimpo e mineração.

A terra indígena (TI) Cachoeira Seca é mencionada como um espelho dos problemas da região. A TI, a mais desmatada do país, fica no Pará, estado líder em devastação, e perdeu a vegetação de área equivalente a mais de 28 mil campos de futebol entre 2017 a 2020. Se em 2014 foram desmatados 44,06 km², a taxa caiu para 5,85 km² em 2014 e disparou nos últimos dois anos, chegando a 72,44 km² em 2020. O bioma como um todo é igualmente afetado. Depois de uma queda em 2012, o desmatamento na Amazônia voltou a subir muito nos últimos dois anos, ultrapassando 10 mil km² em 2020.

Quando uma área é desmatada ou queimada, o que se perde ali não é somente vegetação ou animais. O resultado são eventos extremos do clima, como seca, ondas de calor e chuvas atípicas, por causa do aumento da emissão de gases de efeito estufa. A matéria cita estudos que mostram que, na última década, a Amazônia emitiu mais CO₂ do que absorveu.

Mesmo não tendo sido derrubadas, as árvores no entorno da devastação reduzem a fotossíntese, deixam de absorver CO₂ e emitir vapor d´água. Uma árvore grande, com copa de 20 metros de diâmetro, pode bombear mil litros de água por dia do solo. O vapor forma os rios voadores, essenciais para o clima de cidades da América do Sul, já que transportam mais água do que o rio Amazonas.

Quando a floresta é desmatada, a madeira de valor comercial é vendida, o restante é queimado e a área é transformada em pasto, plantação ou é até abandonada. O boi, que passa a ocupar a terra, é sinônimo de metano, gás mais prejudicial do que o expelido por automóveis. Em 2019, veículos de carga e de passageiros no Brasil emitiram metade da quantidade de gases de efeito estufa do que o liberado pelo gado no mesmo ano.

Além de crimes cometidos contra a floresta, como venda ilegal de madeira e dos produtos do garimpo e da mineração, a matéria fala do aumento da infrastrutura na região e das consequências deste processo para os povos locais. Estima-se que 95% do desmatamento da Amazônia ocorra em um raio de 5,5 km a partir de estradas ou em um raio de 1 km de um rio, diz o G1. Para citar apenas um exemplo, a construção da hidrelétrica de Belo Monte afetou indígenas e 300 famílias ribeirinhas, mudou o fluxo natural do rio Xingu e reduziu em 80% a vazão de Volta Grande do Xingu, tendo impacto na vida de povos tradicionais.

Se a devastação da Amazônia continuar, a crise climática vai piorar. “Especialistas são unânimes em apontar que o caminho para diminuir o impacto da mudança climática na Amazônia é o desmatamento zero e recomposição de áreas degradadas”, afirma o G1. A devastação pode ser local, mas todos são afetados por ela, nas grandes cidades ou no campo.

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