No início de setembro, sete associações, que representam 336 companhias brasileiras e multinacionais, assinaram carta pedindo paz e tranquilidade para que o desenvolvimento do país seja efetivo e sustentável

A divisão do agro entre o grupo que apoia a agenda radical de Bolsonaro e aqueles que se preocupam com a imagem negativa do Brasil no exterior, consequência da agenda antiambiental do atual governo, está levando a uma ruptura inédita no setor, escreve Viviane Taguchi no UOL. Com medo de retaliações, atores que se preocupam com a imagem do país evitam se declarar abertamente e admitem somente que há grupos com “diferentes interesses”, e não um racha no agronegócio. Mas a divisão é clara entre produtores rurais que apoiam o governo, por um lado, e a agroindústria e as traders que temem retaliações comerciais, escreve ela.

No início de setembro, sete associações, que representam 336 companhias brasileiras e multinacionais, assinaram carta pedindo paz e tranquilidade para que o desenvolvimento do país seja efetivo e sustentável, assim como o fim de violência entre pessoas ou grupos. A FIESP, na última hora, desistiu de assinar o documento. Os signatários negam que se trate de posicionamento político. “O posicionamento das entidades que mostraram a sua cara foi claro: o país precisa de estabilidade, não é contra nem a favor do governo”, disse um deles ao UOL.

Os defensores de uma postura mais preocupada com o meio ambiente e a imagem brasileira no exterior dizem que associações ou representantes do outro lado estão preocupados em fazer barulho na internet e criar polêmicas, enquanto seguem objetivos pessoais, e até eleitorais. Há sede de poder, disse um deles que, como outros, preferiu não se identificar.

Produtores rurais e empresários de Minas Gerais e de Goiás já começaram a se unir com o objetivo de desfazer a imagem negativa do país. “É um setor poderoso, que gera muitas riquezas para o país. Hoje ainda somos minoria porque o preço internacional das commodities está bom, mas quando o preço cair, boa parte dos produtores vai parar de olhar para a política e pensar: o que estamos fazendo?”, afirmou um produtor goiano que também pediu para não ser identificado.

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