O desmatamento é a principal força por trás dos incêndios florestais na Amazônia

O maior impulso aos incêndios florestais na Amazônia não vem da seca, mas sim do desmatamento. No Acre, o desmate ilegal para extração de madeira e formação de pastos em terras públicas griladas vêm atiçando o fogo. Estudo publicado em maio, no Journal Environmental Management, liderado por Sonaira da Silva, do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGama) da Universidade Federal do Acre, mostra que as queimadas ocorridas entre 2019 e 2020 no estado foram as maiores dos últimos 15 anos. E que, apesar da seca, o clima não foi o grande impulsionador dos incêndios.

De acordo com o MapBiomas, mais de 1,6 milhão de km2 foram queimados ao menos uma vez no país de 1985 a 2020, área maior que a do estado do Amazonas. Desse total, a grande maioria atingiu vegetação nativa, sobretudo na Amazônia e no Cerrado. Quase metade da Amazônia (48%) queimou três vezes no período.Se não houver uma mudança na matriz econômica, os incêndios no Acre serão cada vez mais frequentes, disse Sonaira ao Infoamazonia. Outra pesquisa sobre os incêndios na floresta amazônica, publicada na Nature em fevereiro e liderada por Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da UFRJ, chegou à mesma conclusão: o desmatamento tem cada vez maior importância como combustível das queimadas, e não tanto as secas severas, como já se acreditou.

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