Demarcar terras indígenas não é somente uma estratégia para conservar florestas. Pode representar também economia ao Brasil.

Demarcar terras indígenas não é somente uma estratégia para conservar florestas. Pode representar também economia ao Brasil. Nos últimos 36 anos, somente 1,6% do desmatamento no país ocorreu em áreas ocupadas pelos povos originários. Como o desmatamento está intrinsecamente ligado à crise hídrica, a conclusão é lógica. “Demarcar as terras indígenas é o jeito mais barato, mais eficiente e mais objetivo de conservar florestas para a nossa economia. Conservar para a nossa economia, para ter água para a agricultura, para as hidrelétricas e a geração de energia. Se estamos pagando caro hoje pela energia, parte disso está na conta do desmatamento”, disse Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, em entrevista à Gama Revista. O MapBiomas é uma iniciativa que usa imagens de satélite e inteligência artificial para mostrar as transformações do uso da terra no Brasil ano a ano. De acordo com dados coletados, o Pantanal perdeu 75% de sua água desde 1985, também como reflexo do desmatamento na Amazônia. Quando a floresta é desmatada e queimada, menos água chega aos “rios voadores”, o que acaba tornando algumas regiões mais secas. “Um terço da chuva do Brasil vem das regiões amazônicas”, afirma Azevedo. “Se estamos pagando caro hoje pela energia, parte disso é por causa do desmatamento.”

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