“Agora as boiadas estão transferidas para o parlamento.” A afirmação de Suely Araújo, ex-presidente do IBAMA, feita ao Poder 360, é uma referência à frase do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

“Agora as boiadas estão transferidas para o parlamento.” A afirmação de Suely Araújo, ex-presidente do IBAMA, feita ao Poder 360, é uma referência à frase do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em abril de 2020, Salles sugeriu que o governo deveria aproveitar o interesse da imprensa pela pandemia e “passar a boiada”, isto é, mudar a regulação para, dentre outros fins, facilitar a exploração da Amazônia. Para Suely, hoje especialista-sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima, a aliança do governo Bolsonaro com partidos do Centrão pode fazer explodir os retrocessos ambientais. Sua preocupação maior, diz o Poder 360, é com um pacote de projetos, chamado “Combo da Morte”, que inclui a nova lei de licenciamento ambiental, o Licenciamento Flex (aprovada pela Câmara e em tramitação no Senado, nas comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Meio Ambiente); o projeto de lei de regularização fundiária, o PL da Grilagem (aprovada pela Câmara e em tramitação no Senado, nas comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Meio Ambiente); e o projeto de lei autorizando a mineração em terra indígena (na Câmara, aguardando criação de Comissão Temporária).

Segundo ela, os ambientalistas – ainda em números pequenos – pretendem não deixar que projetos que flexibilizam as leis de proteção ambiental entrem em votação no Congresso. Entre os 513 deputados da Câmara, somente 140 defendem causas ambientais. “Isso significa derrota em todas as votações”, disse. “Então, tem que ser um movimento de deixar pautar o menos possível. E não tem sido fácil fazer isso”.

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