No oeste da Bahia, em pleno chapadão do Cerrado, o chamado Condomínio Estrondo começou a desmatar uma área de cerca de 25 mil hectares com o aval do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema)

No oeste da Bahia, em pleno chapadão do Cerrado, o chamado Condomínio Estrondo começou a desmatar uma área de cerca de 25 mil hectares com o aval do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema). A fazenda, que fornece soja, entre outros grãos, para grandes multinacionais do agronegócio, está envolvida em disputas judiciais, trabalhistas e ambientais e é alvo de campanha do Greenpeace Brasil desde 2019. A fazenda tem um vasto histórico de grilagem e violência, como denunciado no relatório “Cultivando violência”, feito pela ONG. Um vídeo com o mesmo nome, gravado na região, traz depoimentos de moradores das comunidades de Cachoeira, Cacimbinha e Gatos sobre os impactos socioambientais da fazenda, e mostra flagrantes de coerção, por parte dos funcionários e seguranças da fazenda, contra membros das comunidades locais.

O Estado da Bahia pede a anulação das matrículas do empreendimento, que não poderia ter área desmatada sem autorização da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA). O desmatamento, no entanto, foi autorizado pelo Inema, órgão criado em 2011 para promover a integração do sistema de meio ambiente e de recursos hídricos do Estado da Bahia. O Condomínio Estrondo fica no chapadão do Cerrado, que liga os vales do rio Preto ao Riachão. A vegetação nativa ajuda a recarregar o aquífero Urucuia e parte da bacia do rio São Francisco. “É imoral que a Estrondo obtenha permissão irregular”, postou o Greenpeace Brasil no Twitter.

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