Alertas foram feitos durante a divulgação do relatório de agências das Nações Unidas sobre “O Estado dos Serviços Climáticos 2021”, em Genebra.

Resultado das mudanças climáticas, as alterações nos padrões de chuvas e das estações agrícolas causam grande impacto na segurança alimentar, na saúde e no bem-estar humano. A crise hídrica aumenta em todo o mundo, e a região amazônica tem perdas de água que representam um risco para o planeta. Os alertas foram feitos pelo secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, ao apresentar o relatório de agências das Nações Unidas sobre “O Estado dos Serviços Climáticos 2021”, em Genebra.

Nos últimos 20 anos, o nível de água terrestre, que inclui a do subsolo, neve e gelo, reduziu-se a uma taxa de 1 cm por ano. As regiões que mais perdem água são a Antártica e a Groenlândia, mas também o Himalaia, a Ásia Central, a América do Sul, o Alasca e o Canadá podem ser incluídos na lista. As perdas na região amazônica são uma má notícia, diz Taalas, considerando os ecossistemas da região.

Assis Moreira, do Valor Econômico, perguntou ao secretário-geral qual o perigo que essa situação apresenta na Amazônia. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) prevê uma queda na umidade do solo do bioma. “No pior dos casos, isso significaria que estaríamos arriscando esse ecossistema. E, claro, no momento, um dos principais desafios na Amazônia é o desmatamento, um dos fatores que contribui para o aumento do dióxido de carbono em todo o mundo”, afirmou Taalas.

O relatório da OMM estima que o número de pessoas que sofrem estresse hídrico deve aumentar. Mais de 2 bilhões de pessoas vivem em países com escassez de água. Pelo menos 3,6 bilhões de pessoas têm acesso inadequado à água durante pelo menos um mês por ano. Desde 2000, os desastres ligados a enchentes cresceram 134%, e as secas subiram 29%.

Ferramentas como a gestão, o monitoramento, a previsão e o alerta precoce são inadequadas, além de fragmentadas. Além disso, o financiamento global para resolver questões climáticas é insuficiente. É necessário, portanto, investir em ações a fim de melhorar a gestão cooperativa da água, assim como em políticas integradas de água e clima, observa a OMM e outras 20 organizações internacionais, agências de desenvolvimento e instituições científicas.


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