Na Assembleia Geral das Nações Unidas, manifestações pedem defesa da Amazônia, e Lula destaca a retomada da agenda climática em seu discurso

“O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si. Sediamos, há um mês, a Cúpula de Belém, no coração da Amazônia, e lançamos nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma. Somos 50 milhões de sul-americanos amazônidas, cujo futuro depende da ação decisiva e coordenada dos países que detêm soberania sobre os territórios da região.”

Com líderes de todo o planeta de olho em seu discurso na abertura da 78ª Assembleia Geral da Nações Unidas, nessa terça-feira (19/9) em Nova York, o presidente Lula deu à Amazônia um merecido destaque. Entre tantos temas caros ao governo brasileiro – como o combate à fome e à desigualdade e a cobrança do financiamento climático a nações em desenvolvimento por parte dos países ricos –, Lula reforçou a narrativa de que “o Brasil está de volta” também no cuidado com a maior floresta tropical do mundo, após quatro anos de abandono e estímulo à destruição do bioma.

O presidente brasileiro falou sobre a retomada das ações de fiscalização e de combate aos crimes ambientais na Floresta Amazônica. E destacou a redução dos alertas de desmatamento na região, de 48%, de janeiro a agosto deste ano, em comparação com igual período de 2022, informa a CNN.Lula também ressaltou o diálogo que o Brasil vem estabelecendo com outros países detentores de florestas tropicais – República Democrática do Congo, na África, e Indonésia, na Ásia –, lembra o g1. “Queremos chegar à COP 28 em Dubai com uma visão conjunta que reflita, sem qualquer tutela, as prioridades de preservação das bacias Amazônica, do Congo e do Bornéu-Mekong a partir das nossas necessidades”.

Antes mesmo da abertura da Assembleia da ONU, a Amazônia se destacou nos céus de Nova York. Uma apresentação de cerca de 1.000 drones na sexta-feira (15/9) chamou a atenção para a urgência da preservação e da recuperação do bioma, relata o Estadão. O espetáculo de luzes foi mobilizado pela Avaaz e foi realizado durante uma apresentação do DJ Alok. Os equipamentos sobrevoaram a ilha sincronizados e formaram figuras de animais da fauna amazônica, como o boto-cor-de-rosa e a onça pintada. Também foram avistados uma árvore, o mapa do Brasil e um globo de luzes vermelhas – representando o fogo – com os dizeres “Amazônia queima, o mundo queima”, detalha a Folha.

Já no domingo (17/9), um protesto em Nova York reuniu milhares de pessoas exigindo que os líderes mundiais abandonem os combustíveis fósseis, por seus impactos no aquecimento global e na crise climática global, relata o Um só planeta. A reivindicação envolve diretamente a floresta, que, além do desmatamento, vem sofrendo com o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, que pode acelerar sua degradação interna e a chegada ao ponto de não retorno do bioma.


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