Reportagem do El País mostra como criminosos estão expulsando os guardas de áreas de proteção ambiental

Mineração ilegal, traficantes de droga e guerrilheiros dominam alguns pontos da Amazônia colombiana a ponto de parques naturais estarem sendo abandonados pelas equipes de vigilância. O enredo, descrito nesta reportagem da versão em inglês do jornal espanhol El País, está colocando em risco comunidades indígenas isoladas e a própria floresta.

Em dez áreas de proteção ambiental administradas pelo governo, que cobrem quase 15 milhões de hectares, a situação se repetiu. Os guardas-parque foram retirados abruptamente por aviões do governo. “Não deu tempo, eles nos ameaçaram”, diz um ex-funcionário de Parques Nacionais da Colômbia que não se identificou à repórter Lucía Franco por medo de represálias da guerrilha.

A situação não é nova. Mas os conflitos se intensificaram após o acordo de 2016 entre o governo e as FARC. Especialistas que acompanham a região de perto afirmam que os programas que visam a proteção da Amazônia não são bem vistos pelos grupos criminosos. Exatamente porque vão de encontro aos interesses desses grupos. “Eles disseram que haviam declarado guerra aos parques e que não queriam brancos uniformizados nas áreas protegidas”, diz um antropologista que também conversou com a reportagem do El País sob condição de anonimato.


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