Em coluna publicada no ((o))eco, professor da UnB desmonta tese do grupo contrário à ampliação do Parque Nacional
O professor de Manejo de Fauna e de Áreas Silvestres na Universidade de Brasília Reuber Brandão é um conhecedor das melhorias impulsionadas pela criação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Ao longo de décadas, o turismo de natureza na região tem tirado pessoas da miséria e melhorado a vida especialmente em cidades como Alto Paraíso.
Em 2021, mesmo com os obstáculos colocados pela pandemia, mais de 75 mil pessoas visitaram a região. Uma dissertação de mestrado realizada na UnB também mostra que em valores de uso direto aplicados entre 2015 e 2016 o parque gerou aproximadamente R$ 92 milhões em um ano.
“O estudo ainda aponta que nenhuma atividade agrícola na região possui o mesmo potencial econômico que a conservação da natureza. E o turismo de natureza é apontado como o setor de maior tendência a crescimento com o final da emergência sanitária. Mais e mais pessoas precisam da natureza”, escreve Reuber em coluna publicada pelo site ((o))eco.
Mesmo assim, explica o docente, movimentações populistas estão se organizando contra a ampliação do Parque. Mas essas ações que desaguaram na proposta do decreto legislativo 338/21 refletem “interesses particulares bem específicos”, como mostra o especialista no texto.
Na própria Assembleia Estadual houve uma espécie de contragolpe por parte dos grupos favoráveis à manutenção da vocação turística da região que apresentaram uma moção de repúdio ao decreto. A moção, por enquanto, tende a ser predominante, avalia Reuber.
Do outro lado, poucas pessoas ainda preferem acreditar também em uma espécie de “pânico fundiário”, um dos argumentos que os contrários a ampliação vem espalhando. “O argumento de que não se pode criar Áreas Protegidas caso não sejam pagos os passivos fundiários é uma falácia lógica”, afirma Reuber.
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