As reais dimensões para a implantação da bioeconomia na Amazônia
O exemplo que vem do cupuaçu é sintomático. Apesar da fruta ser originária da Amazônia e estar presente no estado do Pará, uma fábrica de Belém é obrigada a comprar manteiga de cupuaçu a mais de 1.500 quilômetros de distância, na Bahia. Tudo por causa da falta de organização da cadeia de produção do fruto.
O caso citado em um artigo publicado no Valor assinado por Izabella Teixeira, Marcello Brito, Francisco Gaetani e Roberto Waack ajuda a sustentar a tese dos especialistas em Amazônia. Para os autores, em muitos casos, o que predomina no caso da produção na floresta é o amadorismo e uma visão míope sobre a realidade da região.
“Se a bioeconomia é uma trajetória para o país, e principalmente para a Amazônia, será preciso começar pelo básico, pelo retrato do que é a Amazônia 1.0”, defende a ex-ministra do Meio Ambiente e os demais articulistas.
Só com uma espécie de governança socioambiental regional é que ocorrerá a atração de investimentos para a promoção de negócios em grande escala. Ainda de acordo com o artigo, não existe como fugir de uma abordagem multissetorial e sistêmica para se chegar a várias soluções para a região. “A associação da marca Amazônia ao desmatamento, à corrupção, ao crime organizado e à desgovernança, afasta investidores e mercados”, opinam os autores.
Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.
Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.
Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.