Decisão unânime da Corte, em 2021, havia ordenado a retirada dos garimpeiros, mas nada ocorreu desde então
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) deu entrada, nesta quinta-feira (5/5), no Supremo Tribunal Federal com uma petição solicitando ações imediatas do governo federal contra o garimpo ilegal e a invasão de Terras Indígenas Yanomami e Munduruku. Segundo o Jota, são solicitados o corte da internet para dificultar o contato e a comunicação em áreas de garimpo, bem como a destruição de equipamentos. A petição foi protocolada junto a uma ação já existente (ADPF 709). Como informa O Globo, a petição comunica o descumprimento das medidas ordenadas há um ano pelo STF contra os invasores de Terras Indígenas e pede a retirada imediata dos garimpeiros. Há 12 meses, os ministros do Supremo haviam determinado que fossem tomadas medidas para a proteção da vida, segurança e saúde dos indígenas, mas praticamente nada ocorreu desde então.
O documento obtido pela reportagem do jornal enumera ao menos 12 ações de invasores nos últimos meses. A APIB pede, principalmente, que a PF monte um plano para estrangular a logística usada pelos garimpeiros ilegais.
Em praticamente 30 anos desde a sua homologação, a Terra Yanomami vive sua pior crise humanitária. Os milhares de invasores têm espalhado violência e terror pelas comunidades indígenas, além de causar destruição ambiental em toda a região.
Em tempo: A reportagem do InfoAmazonia flagrou uma draga de garimpo operando na Terra Indígena Munduruku Daje Kepap Eypi, que fica no médio Tapajós, entre os municípios paraenses de Trairão e Itaituba. O equipamento, em meados de abril, passava 24 horas sugando os sedimentos do rio em busca de ouro. A draga estava a menos de 500 metros da aldeia Sawré Muybu.
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