Garimpo ilegal leva doenças e desnutrição para indígenas na Amazônia

Além de afetarem a floresta, o garimpo ilegal praticado em terras indígenas ameaça também a saúde das populações tradicionais. O relatório “Yanomami sob ataque!”, produzido pela Hutukara Associação Yanomami, escreve como piscinas de resíduos criadas pela atividade alteram o ecossistema local e promovem a proliferação de doenças transmitidas por mosquitos: entre 2014 e 2020, o número de contaminados pela malária causada pelo Plasmodium falciparum, o mais agressivo entre os tipos que ocorrem no Brasil, cresceu 716 vezes nas áreas afetadas pela exploração irregular.

A doença, como relata a reportagem do InfoAmazonia, gera outro grave desdobramento. A economia das comunidades, ao ser prejudicada porque falta força de trabalho familiar, também está sucumbindo, e um dos resultados é o aumento da desnutrição infantil.

Junior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, afirma que é comum encontrar aldeias inteiras contaminadas pela malária. “Os pais e as mães não conseguem caçar e trabalhar na roça. Como vai trabalhar com febre, calafrios, dores de cabeça e pelo corpo?”, questiona Hekurari. O conselheiro ainda descreve outros sintomas graves da doença, como desmaios e convulsões.

O relatório ainda traz relatos graves de exploração sexual de mulheres e crianças yanomami por parte dos garimpeiros na região de Kayanau, além da oferta de álcool e drogas para os indígenas.


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