Desmatamento combinado com desmonte da política ambiental impede Brasil de ser protagonista

O objetivo da ONU, ao lançar em 2021 a Década da Restauração, era sobretudo obrigar todos os atores sociais em seus países a redefinir a relação das pessoas com a natureza. No caso do Brasil, apesar do potencial para ser protagonista no tema, os sinais emitidos, principalmente por Brasília, nos últimos anos, faz com que as referências de restauração nacional em curso, apesar de positivas, fiquem turvas.

Em entrevista exclusiva ao site ((o))eco, Tim Christophersen, coordenador da Década da Restauração no âmbito do PNUMA, enfatiza como a explosão do desmatamento amazônico está prejudicando a imagem brasileira no contexto internacional. “É importante saber que talvez existam bons exemplos de restauração no Brasil, mas definitivamente ele ainda não é um bom exemplo como país para a Década da ONU. A Década é sobre prevenir, frear e reverter a degradação de ecossistemas. Enquanto o Brasil continuar a dizimar a Amazônia, isso não pode ser compensado pelos esforços de restauração em outros lugares”, afirmou o executivo do PNUMA.

Formalmente, a iniciativa da ONU registrou em menos de um ano o compromisso de 115 países que somam aproximadamente 1 bilhão de hectares a serem recuperados – o que equivale a uma área maior do que a da China. Entre as iniciativas de restauração, também existem planos tanto estatais quanto privados. Mas, como reforça Christophersen, existem muitos desafios a serem enfrentados, em termos financeiros e logísticos, e a maior parte dos projetos não dialoga entre si.


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