Desmatamento da Amazônia coloca em risco princípios ativos poucos estudados
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo relata dois casos basilares de como a destruição amazônica – aliada à falta de recursos para pesquisas científicas – está minando o potencial farmacológico que as plantas da floresta podem apresentar ao Brasil e ao mundo. Principalmente pelo fato de espécies que vivem em áreas muito específicas da região estarem sendo extintas sem tempo de serem estudadas.
Por pouco, o mesmo não ocorreu com a espécie Tovomita cornuta, que ocorre em quatro áreas que sofrem pressões ambientais no estado do Amazonas. A planta ocorre apenas nas chamadas campinaranas, uma espécie de mata de restinga encravada em zonas específicas da floresta. Locais que costumam ser usados para extração ilegal de areia.
Os pesquisadores conseguiram coletar material para estudo sobre a planta em uma reserva de uso sustentável no município de São Sebastião do Uatumã (AM). Mas em outros locais é bem possível que ela tenha desaparecido, o que a coloca em sério risco de extinção completa. Em laboratório, outros grupos de pesquisa já identificaram propriedades microbianas na Tovomita, o que aumenta a importância deste vegetal.
Essa história, apenas uma entre milhares que podem ocorrer na Amazônia e em outros biomas brasileiros, pode não se repetir também por falta de recursos para pesquisa. A pesquisa deve ser incentivada e o desmatamento, barrado. E não o contrário, como estamos vendo atualmente.
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