Rodovias federais como a BR-163 levam destruição para as Unidades de Conservação ambiental
Por mais que as estradas na Amazônia tenham um papel estratégico em termos de infraestrutura, são elas também que acabam favorecendo o desmatamento de Unidades de Conservação importantes da região. Um extenso trabalho da Agência Pública acaba de revelar em detalhes onde ocorrem a maior parte dos crimes ambientais dentro de áreas que, em tese, deveriam estar protegendo tanto a floresta quanto as Comunidades Tradicionais da Amazônia.
Primeiro, a informação importante é que entre 2009 e 2021 uma média de 10,5 mil autuações foram lavradas pelo ICMBio por ano em todo um país. E um total de 9,4 mil multas – totalizando mais de R$ 3 bilhões – foram lavradas dentro de 132 Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia. Grande parte das multas estão ligadas a queimadas e desmatamento.
Entre as 11 UCs com maior valor aplicado em multas, seis estão na zona de influência da BR-163. A lista inclui: Floresta Nacional (FLONA) do Jamanxim, Estação Ecológica (ESEC) da Terra do Meio, Reserva Biológica (REBIO) das Nascentes da Serra do Cachimbo, Parque Nacional (PARNA) do Jamanxim, Flona de Altamira e Flona de Itaituba II. Outras áreas, perto de outras rodovias, também aparecem no mapa.
O recorde de autuações cabe à FLONA do Jamanxim, um dos alvos do chamado “Dia do Fogo”, quando produtores rurais e empresários promoveram queimadas em série da floresta. Ao longo dos 13 anos, as multas aplicadas na região somam R$ 571,1 milhões. Outro grande problema em relação à fiscalização, vários estudos mostram, é que grande parte das multas não chega a ser pagas.
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