Troca do extrativismo pelo manejo intensivo dos açaizeiros está diminuindo os serviços ambientais da floresta
Estudo mostra que o boom do açaí precisa ser monitorado, sob pena de afetar a biodiversidade de terras amazônicas. Reportagem recente da BBC Brasil, feita a partir de uma pesquisa publicada na revista Biological Conservation em 2021, ajuda a dimensionar com mais precisão o problema.
A palmeira do açaí sempre cresceu no meio da floresta, ao lado de outras espécies igualmente importantes para o funcionamento ecológico de todo o ecossistema. Mas desde que o fruto da palmeira passou a virar um grande produto comercial, ao longo dos últimos 20 anos, muitos produtores passaram a derrubar árvores nativas para abrir espaço para a plantação de mais palmeiras.
“Árvores grandes e altas como a samaúma, conhecida popularmente como rainha da floresta, e outras como o jatobá e o cedro, estão desaparecendo de regiões onde o açaí é produzido”, relata Madson Freitas, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), um dos autores da pesquisa acadêmica.
Em áreas onde existe uma espécie de monocultivo do fruto, sem nenhuma outra espécie nativa por perto, os cachos da planta produzem 30% menos do que em áreas onde há mais diversidade. Os dados mostram que não apenas a conscientização sobre um manejo sustentável do açaí, como uma maior fiscalização, são caminhos que precisam ser constantemente percorridos para que a bioeconomia da floresta se fortaleça.
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