Estudo mostra que emissões de carbono atreladas ao desmatamento nas regiões tropicais são maiores do que o estimado anteriormente; Brasil está entre os vilões
O mundo, nas primeiras duas décadas deste século, perdeu por volta de 10% de suas reservas de carbono que antes estava “aprisionado” nas florestas tropicais. O desmatamento desenfreado de florestas, entre elas na Amazônia, é um dos principais impulsionadores do aquecimento global.
Os dados estão em um estudo publicado na revista científica Nature. A pesquisa, que repercutiu no jornal britânico The Guardian e no portal Um Só Planeta, no Brasil, mostra a importância das florestas tropicais do mundo como reservas de carbono. Somadas, elas contêm 861 gigatoneladas de carbono “aprisionadas”. O problema está justamente na liberação de carbono quando as árvores são cortadas (ou queimadas). As medições feitas pelos cientistas mostram que a perda de carbono devido ao desmatamento nas florestas tropicais não apenas dobrou, desde o ano 2000, como continua ocorrendo em ritmo acelerado.
Entre os países que mais registraram aceleração no desmatamento, entre 2001 e 2020, estão o próprio Brasil, a República Democrática do Congo e a Indonésia. Por causa do desmatamento da Amazônia e de outros biomas florestais, as emissões totais de carbono brasileiras são as primeiras do ranking.
O estudo corrobora o que vários outros já sinalizaram: a situação é alarmante e exige ações urgentes, já que o desmatamento é o segundo maior responsável pelas emissões de carbono na atmosfera, atrás apenas da queima de combustíveis fósseis.
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