BNDES emprestou recursos para fazendeiros com histórico de desrespeito às normas ambientais
Um grupo de fazendeiros com histórico de desmatamento na Amazônia e no Cerrado, inclusive autuados pelo IBAMA, não tiveram muitas dificuldades em ter linhas de crédito aprovadas para a compra de maquinário agrícola. A investigação do Repórter Brasil, também publicada pelo portal UOL, mostra que cinco produtores com áreas oficialmente embargadas receberam um total de R$ 28,6 milhões para compra de tratores e outros tipos de equipamentos.
Os empréstimos são obtidos a partir do BNDES, mas operados pelo banco John Deere, braço financeiro do grupo homônimo que vende máquinas agrícolas em várias partes do mundo. O Brasil, para a empresa, é um mercado bastante importante.
Nomes que aparecem na investigação como beneficiários dos empréstimos também já deram calote no IBAMA. Mas, mesmo assim, tiveram acesso ao crédito público. Ao todo, 11 fazendeiros que compraram máquinas John Deere, a partir do dinheiro emprestado, acumulam uma dívida de R$ 31,4 milhões em multas ambientais nunca pagas.
Tanto o BNDES quanto o banco privado dizem que seguem todas as normas para que produtores ligados ao desmatamento não se beneficiem das linhas de crédito. Mas tudo indica que o sistema apresenta falhas.
Em tempo: “Como o agro brasileiro se beneficia do desmatamento?” é o novo estudo do Instituto Escolhas que será lançado em webinar nesta 5ª feira (17/2). O debate a partir dos resultados inéditos da pesquisa começa às 9h. As inscrições podem ser feitas aqui.
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