Em documento oficial, governo Bolsonaro diz estar tomando medidas concretas contra a perda de florestas
A Folha teve acesso ao documento elaborado pelo Itamaraty e enviado ao secretário-geral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Mathias Cormann. O Brasil quer entrar para o grupo internacional, mas no início da semana os dirigentes da instituição afirmaram que não vão aceitar novos membros que não estejam respeitando o meio ambiente.
Na carta, Bolsonaro tenta se desvencilhar da imagem de inimigo da floresta e de negacionista das mudanças climáticas globais: “Na área ambiental, especificamente, nós temos mostrado de forma consistente nossos compromissos com os objetivos do Acordo de Paris. Como o fizemos na recente COP26, quando nos juntamos a outras nações na meta de alcançar a neutralidade de emissões até 2050 por meio da redução de emissões significativas, o que será possível por meio de investimentos dos setores público e privado.”
A carta afirma ainda que o Brasil está tomando medidas concretas a favor do clima. E que, além disso, trabalha “coletivamente para impedir e reverter a perda de florestas e a degradação do solo até 2030.”
O problema da carta é que os dados sobre o desmatamento no Brasil obtidos por satélites podem ser acessados por qualquer um, incluindo o pessoal da OCDE.
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