Muito da demanda por uma das madeiras nobres da Amazônia está na própria região Norte do Brasil
Uma estimativa conservadora. Os mais de 21 milhões de hectares de pasto registrados em 2020 pelo MapBiomas apenas no estado do Pará demandariam o uso de algo ao redor de 300 milhões de estacas para serem cercados. Se um terço destas cercas forem feitas com madeira de Acapu, teriam que ser cortadas 1,6 milhão de árvores da espécie para dar conta de tudo.
Os cálculos do pesquisador da EMBRAPA Roberto Porro, publicados em artigo no O Eco, mostram como a demanda pela madeira da Acapu está aquecida mesmo dentro da Amazônia. E isso tudo em se tratando de uma espécie que consta na “Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção”, na categoria Vulnerável “Em Perigo”.
Como a proteção legal não está dando certo, além de uma fiscalização mais presente para evitar a exploração ilegal da madeira, Porro sugere um outro caminho. A reclassificação do status da planta na lista de espécie ameaçada, o que deve ser feito em 2022, poderia abrir a possibilidade de que projetos de manejo sustentável fossem feitos para a árvore. Por lei, espécies “em perigo” não podem ser alvo de manejo.
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