Uma viagem pelos desconhecidos e ricos manguezais amazônicos
Como tudo na Amazônia, a escala é outra. Na faixa litorânea da região Norte, com os seus mais de 8 mil km de extensão, encontra-se 80% dos manguezais brasileiros. Por causa da grande quantidade de matéria orgânica trazida pelo rio Amazonas – 10 toneladas de sedimento por segundo – as árvores do bioma crescem 30 ou 40 metros, em comparação com os 4 metros, em média, registrados no Nordeste ou no Sudeste do país.
Por mais que seja um local em que 89% das áreas estão sob proteção em Unidades de Conservação, existem várias comunidades tradicionais que vivem e retiram seu sustento dos mangues amazônicos. Apenas no Pará, os mangues ocupam 227 mil hectares.
É um mundo selvagem e desconhecido de grande parte dos brasileiros. Por isso, os relatos de uma viagem pela região publicados pela Página 22 são de extrema importância. O repórter Sérgio Adeodato encontra, in loco, elementos que ajudam a responder três perguntas essenciais: como as comunidades locais convivem com o ecossistema? Quais as contribuições da ciência para políticas públicas de conservação, uso sustentável e garantia de direitos? Em que medida os impactos, como a mudança climática, colocam em risco as riquezas locais?