O economista Ronaldo Seroa da Motta, estudioso do mercado de carbono, é enfático: “Se o desmatamento ilegal não acabar, jamais seremos sérios”
Há mais de 20 anos, o economista e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Ronaldo Seroa da Motta, estuda o mercado de carbono. Em entrevista ao Valor, o especialista afirmou, de forma enfática, que o país precisa acabar de uma vez por todas com desmatamento ilegal da floresta amazônica, se quiser ser respeitado.
“Se não levarmos a sério a proteção da biodiversidade, não adianta ter mercado de carbono nenhum.” Seroa, que hoje atua como consultor do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), também sustenta a tese de que a imagem brasileira está totalmente atrelada ao que ocorre na Amazônia. “O nosso calcanhar de Aquiles é o desmatamento ilegal, que não gera renda para ninguém, só incentivos para a criminalidade. Se isso não acabar, jamais seremos considerados sérios.”
Em relação às discussões específicas que vão ser feitas na COP26, o professor da UERJ diz que o Brasil também precisa aprovar todos os artigos do Acordo de Paris que tenham integridade climática e transparência. No âmbito interno, ele ainda defende a aprovação do substitutivo do PL 528, do deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que contou com a consultoria do economista.
Para Seroa, ter uma legislação clara de precificação do carbono é uma das bases do tripé da sustentabilidade. As outras duas envolvem a regulamentação do Acordo de Paris – que estará em debate na COP26 –, e o fim do desmatamento ilegal.
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