BNDES lança o Arco de Restauração na Amazônia, e primeira ação vai destinar R$ 450 milhões para restaurar 6 milhões de hectares desmatados ou degradados
O Brasil chegou à COP28 com uma redução de mais de 40% da taxa de desmatamento da Floresta Amazônica neste ano, mas também com um imenso desafio: restaurar as áreas devastadas e degradadas do bioma. O passo é fundamental para evitar o processo de savanização da Amazônia e fazer a floresta retomar sua plena capacidade de regulação climática.
Para isso, o BNDES lançou no sábado (2/12), na Conferência do Clima, a Iniciativa Arco de Restauração na Amazônia. A primeira ação é a abertura do edital Restaura Amazônia, que vai destinar R$ 450 milhões do Fundo Amazônia a projetos de restauração ecológica de áreas desmatadas ou degradadas.
O Restaura Amazônia vai selecionar três organizações com experiência e capacidade para atuar como parceiros gestores da iniciativa. Cada um será responsável por uma das três macrorregiões estabelecidas: Acre, Amazonas e Rondônia; Mato Grosso e Tocantins; e Pará e Maranhão, detalha o Estadão.
Nessa etapa, a meta é restaurar 6 milhões de hectares (60.000 mil km2) de áreas prioritárias e capturar 1,65 bilhão de toneladas de carbono da atmosfera até 2030. Já a segunda fase, explica o Um só planeta, prevê aplicar até R$ 153 bilhões, com recursos do Fundo Clima, para restaurar 18 milhões de hectares (180.000 mil km2) até 2050. A previsão é de que a iniciativa pode gerar até 10 milhões de empregos na Amazônia.
Segundo o BNDES, serão apoiados projetos voltados a Unidades de Conservação, Terras Indígenas e territórios de Povos e Comunidades Tradicionais, Terras Públicas Não Destinadas e Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal de assentamentos ou pequenas propriedades, de até quatro módulos fiscais.
“Evitar o desmatamento não responde mais à crise climática. Precisamos ter mais ambição. A Amazônia responde por mais ou menos 1ºC no aquecimento, e a criação de um cinturão de proteção é urgente. Vamos fazer reflorestamento, para a floresta se regenerar. É a resposta mais barata e mais rápida para a crise climática, porque sequestra carbono e armazena carbono”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Para o climatologista Carlos Nobre, uma das mentes à frente da ideia dos Arcos da Restauração, o suporte do BNDES pode mobilizar a entrada de outros parceiros financeiros, relata o DW. “Também será importante o engajamento de Povos Indígenas e comunidades locais, que têm historicamente mantido a quase totalidade de suas florestas. Estas áreas de florestas facilitam a regeneração natural de áreas desmatadas e degradadas próximas a elas”, observa Nobre.
Estima-se que 160.000 km2 da área desmatada e abandonada na Amazônia brasileira está em processo avançado de regeneração natural.
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