PRODES registra a menor área de desmate desde 2019, mas focos de incêndio exigem mais esforço dos governos no combate ao crime

O desmatamento na Amazônia no período de agosto de 2022 a julho deste ano totalizou 9.001 km² – o equivalente a seis vezes o território da cidade de São Paulo. A área desmatada é 22,3% menor em comparação com a registrada no período anterior. Os números são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que é considerado o levantamento oficial do desmate no país.

Foi a primeira vez desde 2019 que a devastação da Floresta Amazônica no período temporal coberto pelo PRODES ficou abaixo de 10 mil km2. A taxa rompe o padrão de destruição da cobertura vegetal estabelecido durante o governo Bolsonaro e representa uma vitória para o presidente Lula, que tinha na pauta ambiental um dos focos da sua plataforma eleitoral, destaca a Folha.

A drástica mudança é comprovada pelo detalhamento dos números do PRODES no período do levantamento. De agosto a dezembro de 2022, na gestão anterior, portanto, houve um aumento de 54% no desmatamento amazônico. Já de janeiro a julho de 2023, no governo atual, houve uma queda de 42%, mostra o g1.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reafirmou o compromisso do presidente Lula com o desmatamento zero até 2030, relata o UOL. Contudo, a ministra atribuiu a dificuldade de alcançar essa meta às ações do governo passado, quando houve um “completo desmonte” das ferramentas de combate e fiscalização e “incentivo a atividades que resultavam no desmatamento”.

“Conseguimos uma redução de 22% do desmatamento mesmo tendo uma ‘contratação’ de 6 mil km² (desmatados na região entre agosto e dezembro de 2022) do governo Bolsonaro. Nós sabíamos que era um desafio muito grande”, disse ela.

Se os números do desmatamento trazem algum alívio, o mesmo não se pode dizer das queimadas que vêm assolando a Floresta Amazônica. O verão amazônico, de julho a outubro, costuma de fato registrar aumento nos focos de incêndio. Mas a seca extrema que atinge a região está piorando a situação.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) destacou o aumento de 18% no número de brigadistas, com 2.101 agentes federais atuando no combate ao fogo. Segundo a CNN, Marina ainda disse que o governo está agindo tanto na resposta emergencial como em aspectos estruturantes.

Entretanto, ao Estadão, o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, admitiu na semana passada que a estrutura de combate ao fogo não é suficiente. Agostinho também disse que vai pedir mais recursos ao Fundo Amazônia, no fim do ano, para essas ações.

Errata: é a primeira vez desde 2019 que a taxa de desmatamento fica abaixo dos 10 mill km2. Nosso texto original mencionava a data de 2018. Texto corrigido 16/11, às 22h54.


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