Elevação do curso d’água traz alento após grandes rios amazônicos registrarem 21 mínimas históricas em apenas dois meses por causa da seca extrema na região

“Pra nós, traz esperança. O pessoal começa a viajar. O pessoal tá parado, porque não tem água. Vários barcos estão parados”. A fala de Marcos Paulo, canoeiro que trabalha há 40 anos no Porto de Manaus, à Band TV é uma “comemoração” aos 17 centímetros a mais de água no rio Negro na altura da capital amazonense. Por três dias seguidos desde sábado (29/10), o curso d’água registrou elevação na sua cota. 

É um alento diante da seca extrema que atinge a Amazônia e “secou” vários rios da região. O próprio rio Negro registrou sua mínima em mais de 120 anos, quando desceu a menos de 13 metros, chegando à cota de 12,70 m. Nos últimos dias, porém, subiu para 12,87 metros, segundo dados do Porto de Manaus informados pelo g1.

Ainda de acordo com o porto, as águas do rio começaram a baixar na capital amazonense no dia 17 de junho. Portanto, foram 131 dias seguidos de descida do nível da água no Negro, até baixar a 12,70 metros. A título de comparação, na cheia, quando preenche a orla do Porto de Manaus, o curso d’água chega a atingir uma cota que varia entre 27 metros e 29 metros.

Em toda a Amazônia, houve o registro de pelo menos 21 mínimas históricas nos volumes de seus rios nos últimos dois meses. Os dados são do Serviço Geológico do Brasil (SGB), do Ministério de Minas e Energia (MME), e foram detalhados por Guilherme Amado no Metrópoles.

Desde 1º de setembro, o SGB reforçou o monitoramento de água nos rios da região. Até o fim de outubro fez 92 medições. Destas, 21 vazões foram mínimas históricas. O que significa que a cada cinco mensurações, uma teve resultados negativos recordes. As mínimas históricas foram identificadas em 13 rios: sete no Amazonas, quatro em Rondônia, um no Pará e um no Acre.

A subida do Negro, portanto, parece um sopro de esperança. Contudo, a Band TV lembra que o cenário ainda é crítico, por conta de um fenômeno conhecido como “repiquete”, quando um rio começa a subir e depois volta a descer.


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