Inovação da Treeback e pesquisas da SERVIR-Amazônia visam proteger floresta, enquanto SOS Amazônia desenvolve projetos de recuperação da mata nativa
Foram quatro anos de destruição e descaso com anuência e até impulso do governo federal, um tempo triste, com tragédias sucessivas para a floresta, Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais. Por isso, em 2023, este 5 de setembro, Dia da Amazônia, traz um sopro de esperança. Muito ainda há que se fazer, sobretudo porque a devastação foi grande. Mas a virada para tempos melhores começou.
A retomada da fiscalização e do combate a atividades criminosas na região pelo governo Lula – que já derrubou os números do desmatamento –, bem como o lançamento de um novo Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia Legal (PPCDAm), são sinais de que a preservação e a recuperação da Floresta Amazônica estão novamente na pauta governamental. Mas também vale valorizar iniciativas de empresas, entidades e organizações da sociedade civil que reforçam o movimento positivo.
Em Roraima, a startup brasileira Treeback tornou-se distribuidora exclusiva da plataforma Silvanet de detecção ultraprecoce de incêndios florestais. A solução inédita no país é desenvolvida pela startup alemã Dryad, financiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, um dos principais fundos da União Europeia.
O CEO da Treeback, Antônio Cerqueira, explica que a Silvanet é composta por sensores de longo alcance instalados na floresta, em conjunto com satélites ultraprecisos, que permitem a detecção de incêndios florestais de 1 a 60 minutos após a ignição. Os sensores se conectam entre si e permitem uma grande rede de proteção para a floresta, mesmo sem cobertura de internet, segundo informa o Um só planeta.
“Quando o sensor detecta a presença de CO2, um alerta é disparado para nosso app ou plataforma web, identificando a localização exata do princípio de incêndio florestal, possibilitando acionar precocemente os órgãos competentes, propiciando a chegada rápida de bombeiros e brigadistas”, detalha Cerqueira.
Já na iniciativa SERVIR-Amazônia, dezenas de pesquisadores de instituições como a norte-americana NASA, universidades brasileiras, secretarias estaduais, técnicos de ONGs e de outros parceiros se uniram para realizar quatro projetos de pesquisa a fim de melhor entender territórios da região para monitorá-los e protegê-los. Os trabalhos, informa o Um só planeta, visam munir órgãos responsáveis e a população com informações e ferramentas que ajudem a manter a floresta em pé.
O SERVIR-Amazônia é uma parceria entre a NASA, a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Aliança Internacional da Biodiversidade, o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) e o Imaflora. Segundo Isabel Garcia Drigo, gerente de Clima e Emissões do Imaflora, o objetivo principal do programa é desenvolver, capacitar e transferir soluções tecnológicas geoespaciais.
“A iniciativa visa fornecer informações aos órgãos governamentais para contribuir para a tomada de decisão na Amazônia em quatro principais eixos temáticos: Secas e Incêndios; Desastres hídricos e hidrológicos; Gestão de Ecossistemas; e Clima, Mineração, Restauração e Carbono”, explica ela.
Outra ação vem da SOS Amazônia, cujos projetos produziram 280 mil mudas e plantaram 141.500 árvores no ano passado, de acordo com o g1. As atividades da ONG incluem capacitação, projetos de reflorestamento e outras ações que focam na recuperação de áreas devastadas da Floresta Amazônica.
“A SOS Amazônia realizou 12 projetos, apoiados por parceiros valiosos, em quatro estados da Amazônia. Fazer florescer novas florestas foram as palavras-chave do ano, considerando toda a devastação e o crescimento descontrolado do desmatamento”, destaca Miguel Scarcello, secretário-geral da entidade.
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