Antes do encontro dos chefes de Estado pan-amazônicos, sociedade civil se reunirá para propor estratégias para um desenvolvimento justo e inclusivo da região

Na próxima terça-feira (8/8), os chefes de governo dos oito países que abrigam a Floresta Amazônica se reunirão em Belém na Cúpula da Amazônia. O encontro visa discutir soluções conjuntas para o desenvolvimento socioeconômico da região e a proteção do bioma. Antes disso, a partir da próxima sexta-feira (4/8), movimentos sociais promoverão e participarão de reuniões “pré-cúpula”, para levantar demandas dos amazônidas e debater soluções que conjuguem preservação, geração de emprego e renda e inclusão social.

Entre as iniciativas está a Assembleia dos Povos da Terra pela Amazônia. Organizada pela Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o encontro vai contar com um acampamento e dezenas de atividades, relata o Brasil de Fato.

“A Assembleia dos Povos é uma congregação de todos os sujeitos e sujeitas que lutam pela Amazônia. Daqueles que entendem a importância de fazer a defesa de uma Amazônia popular, que se desenvolva a partir do bem do povo, do bem da população que vive na Amazônia, e não para as grandes empresas e grandes projetos para o agronegócio”, explica Jane Cabral, integrante da Direção Nacional do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Pará.

Já os Diálogos Amazônicos reunirão autoridades, representantes da sociedade civil, entidades e organizações dos oitos países da região amazônica, informa o g1. O encontro produzirá e entregará aos presidentes dos países pan-amazônicos, cinco relatórios, a partir das discussões de cada uma das plenárias-síntese que reunirão 3 mil pessoas a cada reunião, segundo informações da Secretaria Geral da Presidência da República.

Mais de 10 mil pessoas devem circular pela área dos “Diálogos”, participando das cinco plenárias principais, quatro plenárias transversais e pelas mais de 400 atividades organizadas por movimentos sociais, entidades e organismos governamentais brasileiros e de outros países da Amazônia.

Integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Francisco Kelvim afirma que os eventos fazem parte de uma necessária organização para propor o desenvolvimento integrado entre os países e populações da região Amazônica. “A gente tem mais de 34 milhões de pessoas pan-amazônidas. Está claro que essa agenda dos grandes empreendimentos, promovida pelas grandes transnacionais para exploração dessa região, não é compatível com a proteção e com o desenvolvimento de fato dos povos das comunidades que estão nessa região.”

Outras atividades marcadas para os dias anteriores à Cúpula da Amazônia são o Seminário “Desafios da transição energética popular na Amazônia”, no domingo (6/8), e a Plenária Panamazônica da Via Campesina, na segunda-feira (7/8).


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