A Floresta Amazônica respondeu por mais da metade dos 2,2 milhões de hectares desmatados no Brasil no ano passado. Para tentar reverter a destruição, governo acelera ações contra ilegalidades, o que inclui o combate ao garimpo ilegal
A cada segundo, 21 árvores foram derrubadas na Floresta Amazônica no ano passado. Com isso, perdeu nada menos que 31,5 milhões de árvores em apenas um ano. A devastação na região cresceu 19% em relação a 2021, atingindo 1,19 milhão de hectares – 58% de toda a área destruída nos biomas brasileiros em 2022.
Os dados fazem parte do Relatório Anual de Desmatamento (RAD 2022), do MapBiomas, divulgado na segunda-feira (12/6). Considerando todos os biomas, o documento aponta um aumento de 22,3% na devastação entre 2021 e 2022.
Entre os estados, a liderança de desmatamento ficou mais uma vez com o Pará: 22,2% da área desmatada (456.702 ha), seguido pelo Amazonas, com 13,33% (274.184 ha), onde houve grande aumento percentual, na comparação com 2021: 37%. Mato Grosso, Bahia e Maranhão completam o “top 5” do desmatamento. Esses estados concentraram dois terços de todo o desmatamento no país, aponta O Globo.
Em 2022, a área média desmatada por dia foi de 5.636 hectares – ou 235 hectares
por hora. Somente na Amazônia foram 3.267 hectares desmatados por dia, ou
136 hectares por hora ou ainda 2,3 hectares por minuto, destaca o RAD 2022.
A agropecuária continua sendo o principal vetor do desmatamento no país, destaca o Estadão, respondendo por 1,9 milhão de hectares – 95,7% de toda a área desmatada no ano passado. Como comparação, o garimpo desmatou 5.965 hectares no mesmo período, com a maior parte dos alertas concentrada no Pará.
O relatório ainda conclui que praticamente não existe desmatamento legal no Brasil. De acordo com os dados avaliados pelo MapBiomas, 99% da área desmatada no país apresenta indícios de atividades ilegais. E a impunidade predomina.
“Se não revertermos a curva de crescimento, o Brasil não conseguirá alcançar a meta de zerar o desmatamento até 2030. Por isso é fundamental a retomada do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia [PPCDAm], e sua ampliação para todos os biomas”, afirma Tasso Azevedo, coordenador do Mapbiomas.
Ainda que não seja o principal causador do desmatamento, o garimpo ilegal é fator de impacto na destruição, não apenas da cobertura vegetal, mas também de rios e de Terras Indígenas. E após a tragédia humanitária que a atividade provocou na Terra Yanomami, o governo ampliou o combate a esse crime em vários outros territórios indígenas na Amazônia.
Uma dessas ações foi a Operação Aurum. Após 17 dias de atuação, a força-tarefa de Segurança Pública Ambiental na Floresta Nacional de Urupadi, criada em maio de 2016 em Maués – região sul do Amazonas, a cerca de 267 km de Manaus – destruiu 10 garimpos ilegais. Também foram aplicados R$ 4,5 milhões em multas, informa o Poder 360.
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