Em evento internacional sobre a Amazônia, cacica Juma Xipaia pede que o debate sobre o desenvolvimento amazônico seja mais democrático

Especialistas em Amazônia reunidos na semana passada na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, escutaram de lideranças indígenas que o conhecimento dos Povos Tradicionais precisa ser melhor incluído em encontros desse tipo.

“Eu fico vendo vocês apresentarem gráficos, falarem de todas essas mudanças do presente e do futuro, mas não sinto a presença, o conhecimento, a ciência dos Povos da Floresta. Nós não somos meros objetos da pesquisa e da ciência de vocês”, afirmou a cacica Juma Xipaia, como escreve Txai Suruí, outra liderança indígena presente no evento, na sua coluna na Folha.

Para Juma, não existe solução se o conhecimento gerado em várias universidade do mundo sobre a Amazônia não for levado para as escolas, para a sociedade e para quem não sabe falar a língua dos não indígenas. “É preciso democratizar essa discussão. É preciso estar na casa e no território de cada um. Senão estamos falando para quem? Discutindo com quem? Estamos falando de algo que interessa não só aos Povos Indígenas ou à universidade, de algo que é de interesse planetário”, defende Juma.

A conferência “O Salto Amazônico”, que ocorreu entre os dias 5 e 7 de maio, reuniu vários interessados no desenvolvimento dos Povos da Floresta e também na preservação do bioma amazônico.


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