Estudo identifica a abertura de milhares de quilômetros de ramais na Amazônia; um terço deles foi feitos nos últimos cinco anos

Sob as vistas grossas da fiscalização, milhares de quilômetros de estradas vicinais estão rasgando a floresta no sul do estado do Amazonas. São vias sem asfalto, abertas a partir das rodovias federais e estaduais da região.

Como relata a reportagem no site InfoAmazonia, um levantamento feito pelo Observatório da BR-319 identificou 4.752 km de ramais em áreas onde os índices de devastação florestal estão em alta. Um terço dessas vias (1.593 km) foi aberto nos últimos cinco anos. A maior parte da rede clandestina de vicinais está nos municípios de Canutama, Humaitá, Manicoré e Tapauá.

Parte dos ramais, mais ao sul do Amazonas, interligam as áreas agrícolas, onde se produz soja e boi. Um pouco mais ao norte, as vicinais costumam ser usadas para a retirada ilegal e seletiva de madeira nobre.

Segundo os autores do trabalho, a abertura dessas pequenas estradas já pode ser considerada como o grande vetor do desmatamento naquela parte da Amazônia. 

Muito dessa infraestrutura ilegal, segundo os pesquisadores que assinam o estudo, está sendo feita na expectativa de que a BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), seja reconstruída. O asfaltamento da estrada, em fase de licenciamento, é considerado como prioridade pelo governo Bolsonaro.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.