Desde janeiro, madeireiros armados impedem moradores tradicionais de coletarem castanhas em seu território
A expectativa para a coleta de castanhas durante todo o ano de 2022 era alta entre os moradores da Terra Quilombola Erepecuru. Em vez das 3 mil caixas extraídas em 2021, este ano a produção saltaria para 7 mil caixas. Mas a invasão de madeireiros, como mostra reportagem do InfoAmazonia, frustrou os planos da comunidade.
Ainda em janeiro, armados de revólver e espingarda, três invasores chegaram ao acampamento dos quilombolas e os obrigaram a sair. Antes da invasão, um outro grupo de 40 madeireiros havia circulado pelas proximidades da comunidade Jacarezinho, dentro da área quilombola, e identificado quais árvores deveriam ser cortadas. Entre elas, estavam as castanheiras usadas pelos coletores.
Desde janeiro, com medo, os quilombolas não voltaram mais para a área de coleta. Um total de 154 famílias, de 13 comunidades da Terra Quilombola, estão sem acesso à única fonte de renda dentro do quilombo.
Os madeireiros são um dos pólos de um conflito agrário que existe na região. Eles são liderados por um produtor que diz ser dono de parte das terras, apesar da Terra Erepecuru ser reconhecida como área de ocupação tradicional desde 2000. Na época, durante a titulação, ninguém se manifestou contra o edital. Todo o imbróglio está sendo investigado pelo Ministério Público do Pará, que analisa os títulos apresentados pelos madeireiros, mas, enquanto isso, já pediu reintegração de posse da área para os quilombolas.
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