Igarapés da capital amazonense são um símbolo de descaso com a população
Os dados nacionais recentes sobre saneamento básico não deixam dúvidas sobre um dos problemas crônicos da cidade de Manaus, como mostra reportagem do site O Eco. Entre os cem municípios brasileiros analisados pelo Instituto Trata Brasil e a GO Associados, a capital do Amazonas está entre as 20 piores. E a poluição causada pelo esgoto que circula entre os igarapés manauaras atinge diretamente a saúde dos moradores e a qualidade ambiental da bacia amazônica.
O problema em áreas como o igarapé Mindu, o maior da cidade, se arrasta desde os anos 1960, quando a cidade passou a receber imigrantes, principalmente por causa da zona franca. Além da poluição, a subida das águas na época das cheias também causa inundações.
Em 2003, o estado do Amazonas criou um programa para retirar as pessoas das margens dos igarapés e resolver o problema, mas o problema está longe de ser resolvido até hoje, afirma a professora Adoréa Rebello, da UFRJ, à repórter Beatriz Oliveira.
“A proposta foi boa, mas me parece que não vingou. Ele, o PROSAMIM, não possui sustentabilidade ambiental. O modelo é um desrespeito ao cidadão, poderia ser mais digno. Os parques [urbanos], provenientes do PROSAMIM, estão sem função urbana. Infelizmente, é isso, o programa não resolveu muito. Mas, pelo menos, algumas pessoas foram retiradas das situações de risco de inundações, incêndios e doenças de veiculação hídrica”, explica a pesquisadora.
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