Trabalho de equipe que encontrou vestígios de indígenas isolados no Pará é classificado como “imprestável” por superiores, revela a Folha
Uma equipe da FUNAI saiu a campo para fazer seu trabalho. Mais precisamente, uma expedição na Terra Indígena Ituna-Itatá localizada nos municípios de Altamira e Senador José Porfírio. O objetivo, em última análise, era decidir a renovação de uma portaria sobre a restrição de uso da terra na região, o que ocorre há 11 anos. Como os técnicos de fato encontraram vestígios de grupos indígenas provavelmente isolados, o relatório apenas reproduziu o averiguado em campo.
As instâncias superiores do órgão desqualificaram o trabalho da equipe que havia voltado do campo e comunicaram a inexistência de indígenas isolados na região, revela reportagem da Folha. O despacho assinado pelo diretor de Proteção Territorial da FUNAI, César Augusto Martinez, afirma, segundo apuração da Folha, que o relatório foi classificado como “irregular, ideológico e imprestável” na sala da presidência da FUNAI durante uma reunião. Neste encontro estavam o presidente da Fundação, o delegado Marcelo Xavier e o senador bolsonarista Zequinha Marinho (PSC-PA).
Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.
Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.
Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.