Em publicações internacionais, cientistas brasileiros reforçam falta de políticas públicas a favor da floresta em pé

Como mostra a Agência FAPESP, cientistas brasileiros publicaram na Science duas cartas importantes de alerta para a comunidade internacional. Uma delas, intitulada “Proteja as Terras Indígenas da Amazônia”, vai direto ao ponto. Desmatamentos em alta, como os que ocorrem na TI Apyterewa, no Pará, ameaçam diretamente as metas ambientais internacionais assumidas pelo Brasil no âmbito da ONU.

“O Brasil conta com boas leis ambientais que no papel têm potencial para diminuir e inibir o desmatamento. Porém, a grande questão é forçar o cumprimento dessas leis. É o primeiro passo, que deve ser associado a outros de longo prazo, como a promoção da educação ambiental, a valorização da floresta em pé que promova a geração de renda às comunidades na Amazônia e a retomada e fortalecimento de ações previstas no PPCDAm. No passado, elas já se mostraram efetivas”, disse à Agência FAPESP Guilherme Mataveli, do INPE e um dos autores da carta.

O  PPCDAm (Plano de Ação Para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal), política pública a que o pesquisador se refere, deveria ter sua quarta fase implementada até 2020, mas foi interrompida pelo governo federal.

Os números específicos do desmatamento na TI Apyterewa são sintomáticos. A área, localizada no município de São Félix do Xingu, concentrou 20,7% de toda a extensão territorial desmatada em TIs no ano passado. Já foram destruídos 7,4% de todo o território, o que na prática significa 570 quilômetros quadrados.


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