Levantamento feito pela Folha mostra que 647 autos de infração estão parados na burocracia estatal
Para enfraquecer a fiscalização ambiental, o governo Bolsonaro criou o mecanismo da conciliação, uma instância adicional onde multas ambientais podem ser discutidas e até encerradas, a depender da negociação. Essas audiências equivalem, de fato, à primeira etapa no andamento do processo. Se elas não ocorrem, tudo fica represado – e é exatamente isso o que está ocorrendo. Cruzamento feito pela Folha mostra que mais de R$ 1 bilhão em multas no IBAMA aplicadas em 2020 não foram encaminhadas para os setores de conciliação. Com isso, elas correm o risco de caducar.
A reportagem encontrou no sistema da burocracia estatal 647 autos de infração com multas superiores aos R$ 200 mil. Um total equivalente a R$ 1.017.526.000,00. Existem muitos outros autos ainda represados, mas na lista compilada pelo jornalista Vinicius Sassine estão 28 madeireiras atuadas por exploração ilegal de madeira na Amazionia, além de centenas de desmatadores do bioma, duas suderúrgicas, uma ferrovia e uma estatal: a Furnas, subsidiária da Eletrobrás.
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