Estudo identifica 5,2 milhões de hectares regenerados na Amazônia há mais de seis anos, que foram “esquecidos” pelos produtores
Em sua coluna no jornal O Globo, a jornalista Miriam Leitão repercute mais uma pesquisa do Imazon, dentro da série de estudos Amazônia 2030. Na prática, após a aplicação de uma metodologia rigorosa, com checagens em campo, os cientistas identificaram uma série de pequenos “oásis” na floresta amazônica. Trata-se de áreas com pouca aptidão agrícola, que acabaram sendo retomadas pela floresta nativa. São 5,2 milhões de hectares que se regeneraram e, agora, podem ser usados para programas de restauração. “O grande potencial da Amazônia para a restauração é a partir da vegetação nativa”, afirma a colunista. Porque, em ambientes mais ecologicamente equilibrados, as sementes são dispersadas e a biodiversidade pode voltar a circular. Mas nem tudo são flores e, em algumas regiões, a intervenção humana passa a ser fundamental.
O fato de as áreas identificadas agora terem pouca pressão agrícola há vários anos é uma parte importante da história, segundo Jayne Guimarães, consultora do Imazon, em entrevista ao blog da Miriam Leitão. A falta de aptidão, que fez com que certas regiões fossem meio esquecidas pelos produtores, tem a ver com alguns fatores, entre os quais a declividade do terreno ou o fato de serem locais situados dentro de Áreas de Preservação Permanente, que não deveriam ter sido desmatados. Em muitos casos, os cientistas constataram que as áreas regeneradas faziam parte de passivos ambientais acumulados pelos proprietários.
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