Ex-presidente do ICMBio atua hoje como representante de garimpeiros na Confederação Nacional de Mineração
A quase totalidade (93,7%) do garimpo do Brasil concentra-se na Amazônia, segundo dados do MapBiomas, onde a atividade tem sido um dos mais agressivos vetores de destruição ambiental. É neste contexto que chama a atenção a reportagem da Agência Pública sobre as relações de Homero de Giorge Cerqueira, ex-presidente do ICMBio, com a Confederação Nacional de Mineração (CNMI). Atualmente, o coronel da PM se apresenta como “diretor de assuntos ambientais e sustentabilidade” da entidade, representando-a em vários eventos e em audiências a portas fechadas com o alto escalão do governo. Seu trabalho tem sido a defesa da “mineração artesanal sustentável” – nomenclatura lançada pelo atual governo para designar a atividade de garimpo. O discurso recorrente do ex-policial é o mesmo do presidente Bolsonaro: “Desde que cumpra a legislação ambiental, a trabalhista e opere formalmente, essa mineração de menor porte é legal e garantida pela Constituição, pois a mineração é importante na economia do Brasil”.
Mas outro fato chama a atenção: a CNMI é presidida por um empresário que responde a uma investigação da PF por extração e comércio ilegal de ouro. Como o caso ainda está sendo apurado pela Justiça, o empresário Bruno Cecchini, inocente até que se prove o contrário, segue normalmente à frente da organização.
Enquanto isso, é fato que os garimpos estão avançando sobre a Amazônia, até mesmo em Terras Indígenas.
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