Estudo identifica os grandes problemas urbanos do norte do país
Em toda a Amazônia existem apenas duas metrópoles: Belém e Manaus. No mais, poucas cidades de porte médio e muitos municípios com até 20 mil habitantes. O que mais chama a atenção na urbanização da região, a partir de um estudo divulgado pelo Valor, é como o padrão de desenvolvimento das cidades do interior amazônico estão em um estágio diferente do resto do Brasil. Na maioria dos casos, inclusive, os mais de 700 municípios da região apresentam índices piores do que o resto do país em itens como água, esgoto, coleta de lixo, energia e acesso à internet.
Segundo Flavia Chein, pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora e uma das autoras do trabalho feito no contexto do projeto Amazônia 2030, o processo de urbanização da região não foi capaz de criar cidades sustentáveis. Muito por conta da abertura caótica da floresta. À medida em que as estradas foram sendo abertas houve uma explosão de municípios nos arredores, sem nenhuma preocupação em se criar uma rede entre eles.
Apesar do diagnóstico negativo, e de perceber que a Amazônia urbana está de costas para a floresta e os rios da região, os pesquisadores têm uma visão otimista do futuro. Para eles, as novas demandas de habitação e equipamentos urbanos, por exemplo, podem ser incorporados ao ecossistema. “Não é porque se errou no passado que se precisa seguir neste projeto inexistente de desenho urbano”, disse Flavia ao Valor.
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