Área sob alerta de desmatamento indicada pelo programa DETER é quase igual à dimensão da cidade de Natal (RN)
Mais um mês, e lá vem mais uma taxa devastadora do desmatamento amazônico. Os alertas emitidos pelo sistema DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram uma área de 149,88 km2 destruídos – um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2021, quando foi registrada uma destruição florestal de 122,8 km2.
A extensão de floresta ceifada até o dia 25 de fevereiro, data da atualização da plataforma, equivale praticamente ao tamanho de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Quando se amplia para o contexto histórico de medições, o quadro fica ainda pior. A taxa indicada pelo DETER entre os dias 1º e 25 de fevereiro de 2022 é a segunda pior na comparação com qualquer mês de fevereiro completo desde 2016, ficando atrás apenas de fevereiro de 2020, que foi o primeiro do ranking, com 185,73 km2.Em entrevista ao portal ((o))eco, Suely Araújo, especialista em políticas públicas do Observatório do Clima, explica as razões pelas quais os recordes de desmatamento como o registrado em fevereiro não são mais surpresa para a sociedade brasileira. “Isso é mais do que esperado em um governo que implodiu com a política ambiental e que vê a legislação ambiental e a atuação da fiscalização como entraves a serem afastados. O governo Bolsonaro entregará um legado desastroso: desmatamento, garimpos ilegais, invasão de Terras Indígenas e de áreas ambientalmente protegidas, aumento das emissões de gases de efeito estufa”, resumiu Suely.
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