Desmatamento da Amazônia e do Cerrado vem dizimando habitats de animais e plantas

Para entender como o desmatamento atinge o habitat de animais e plantas, pesquisadores da WWF-Brasil e da consultoria Gondwana cruzaram mapas de desmatamento com outros que mostram onde ainda vivem as espécies ameaçadas de extinção tanto da Amazônia quanto do Cerrado. O resultado do estudo, revelado pela BBC News Brasil, não poderia ser mais negativo.

De um total de 486 espécies analisadas, 484 perderam parte de seu habitat. Uma perereca do Cerrado e uma serpente da Amazônia tiveram uma queda de 90% em suas áreas de ocorrência. O lobo guará, por exemplo, um dos símbolos do Cerrado, vive hoje em uma área mais de 50% menor em comparação ao período em que o desmatamento era menor.

Por serem bastante preocupantes os dados levantados pela pesquisa, especialistas no tema alertam para a necessidade de que o desmatamento seja, antes de mais nada, contido. Mas, além disso, o refinamento do planejamento territorial para os dois biomas, o que envolve a expansão da fronteira agrícola, precisa levar em conta os dados da biodiversidade da região. Mesmo porque, o fim de certas espécies têm um efeito em cadeia importante.

A cuíca, por exemplo, é um grande predador de insetos. A diminuição da ocorrência desse marsupial em regiões de cerrado terá impactos socioeconômicos importantes. Sem falar que a alteração de toda a biodiversidade do Cerrado e da Amazônia afeta também o clima de outras regiões do Brasil.


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