Se confirmado, falta de recursos para o monitoramento do Cerrado trará impactos negativos ambientais e econômicos

Em artigo na Folha, uma trinca de pesquisadores afirma que o término dos recursos do INPE para monitorar o desmatamento do Cerrado representa um “problema de segurança global”. Segundo eles, “interromper o monitoramento [do bioma] significa contradizer compromissos assumidos pelo Brasil há três meses, (…) na COP26”. 

O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) está sob ameaça de ficar sem recursos para o monitoramento do bioma Cerrado, embora o governo brasileiro, por meio do ministro Marcos Pontes (pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação), diga que o estrangulamento de recursos é apenas uma questão burocrática. Pontes, que deverá deixar o cargo em abril para concorrer a uma vaga no Congresso Nacional, declarou que não faltará recursos para os sistemas que medem a destruição tanto da Amazônia, quanto do Cerrado.

Além do bioma ser fundamental para o equilíbrio do planeta, dizem os especialistas, o Cerrado concentra áreas de expansão agrícola usadas principalmente para monoculturas e commodities. Produtos atrelados ao desmatamento, cada vez mais, serão impedidos de entrar em mercados como o Europeu. No círculo vicioso, a falta de monitoramento poderá estimular o desmatamento, o que vai gerar, no fim da cadeia, prejuízos econômicos aos próprios produtores da região, que terão maior dificuldade de comercializar sua produção no mercado internacional.


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