Comercialização de obras de arte digitais pretende angariar fundos para preservação e monitoramento do território Sete de Setembro
O cacique Almir Suruí, da Terra Indígena Sete de Setembro, em comum acordo com a comunidade, fez um convite até certo ponto inusitado para os artistas do Povo Paiter Suruí, como mostra o portal G1. A ideia é fazer com que obras de arte digitais únicas (a sigla em inglês é NFT, de tokens não-fungíveis) sejam produzidas e vendidas no universo digital.
Assim como está ocorrendo em várias partes do mundo, este tipo de produto – arquivos eletrônicos associados a um selo digital que garante que só existe um daquele em todo o mundo – está sendo bem valorizado. No caso dos indígenas de Rondônia, as imagens feitas pelos artistas locais estão sendo leiloadas. Os interessados têm até esta 3ª feira (15/2) para fazer os lances. Algumas obras, por exemplo, já receberam ofertas de até R$ 6,5 mil.
De acordo com a ideia do cacique Suruí, 95,5% do que for arrecadado vai ficar para a comunidade. Desta forma, eles pretendem investir em tecnologia, como a compra de drones, para ajudar a monitorar ações predatórias em uma área de 13 mil hectares da comunidade. Aos interessados, o leilão está disponível na plataforma NFT. Entre as autoras das obras, está a filha de Almir Suruí, a fotógrafa Walelasoepilemãn Suruí, de 23 anos. Pí, como também é conhecida, é irmã de Txai Suruí, ativista que discursou na última conferência do clima em Glasgow (COP26).
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