Ideólogo ambiental do governo Bolsonaro é alvo de críticas em publicação científica
Primeiro, a definição de como atua um grupo de pesquisa da Embrapa apresentada por um grupo renomado de pesquisadores brasileiros na revista científica Biological Conservation: “Ataque às políticas ambientais estimulado por um esforço velado sistemático de um pequeno grupo de negacionistas para desinformar os tomadores de decisão e a sociedade.”
Como avalia a Piauí, a denúncia feita por meio de um artigo técnico, pouco usual, mina por completo o embasamento científico usado pelo grupo do agrônomo Evaristo de Miranda, da Embrapa. O ideólogo da política ambiental do presidente Jair Bolsonaro.
Os autores do artigo-denúncia, liderado por Raoni Rajão, professor de gestão ambiental na Universidade Federal de Minas Gerais, deixam claro que não se trata de uma crítica institucional à Embrapa, mas ao modus operandi usado por Miranda. Entre eles, por exemplo, fabricar falsas controvérsias com o intuito de fazer o governo federal acreditar que grande parte das multas aplicadas pelo Ibama são arbitrárias. Ou dizer que grande parte dos incêndios florestais são naturais, o que fez com que o governo diminuísse as verbas para o monitoramento do problema.
Segundo o artigo, apesar de não ter lastro na realidade, as alegações pseudocientíficas do grupo de Miranda, causam confusão nas redes sociais e entre políticos influentes de Brasília.
Ao esmiuçar as ações do pesquisador da Embrapa, os pesquisadores que assinam o texto na Biological Conservation encontraram ligações antigas entre os estudos do grupo de Miranda e o afrouxamento de normas ambientais. Segundo o grupo, nos anos 1990, os estudos feitos por cientistas da Embrapa, contribuíram para atrasar em duas décadas a proibição da queima da palha da cana-de-açúcar em São Paulo.Valor, Uol e fakebook.eco também escreveram sobre o artigo científico. Vale dar uma olhada na ótima sequência de tuítes sobre o artigo feita pela jornalista Giovana Girardi.
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