Análise do MapBiomas conclui que boa parte da lama que turvou as águas do Tapajós é fruto da mineração ilegal
A turbidez das águas do rio Tapajós, observada por turistas que visitaram nas últimas semanas a região de Alter do Chão, no Pará, é fruto direto da atividade dos garimpos existentes ao longo do rio de de seus afluentes. A conclusão consta de uma nota técnica do MapBiomas, publicada na segunda (24/1) e reportada pelo O Globo.
O barro esbranquiçado que turvou as conhecidas mundialmente águas cristalinas do Tapajós vem de operações ilegais de mineração, como mostram as imagens de satélite. Principalmente dos afluentes Jamanxim, Crepori e Cabitutu.
“O garimpo ilegal na Amazônia, tanto terrestre quanto em rios (com balsas) tem crescido nos últimos anos, e uma das regiões onde este crescimento foi mais expressivo é justamente na área do Tapajós, onde triplicou nos últimos 10 anos, crescendo uma área do tamanho da cidade de Porto Alegre”, diz a nota técnica dos cientistas em uma versão preliminar.
Nem todo sedimento, entretanto, tem origem antrópica. Parte da lama espalhada pelo Tapajós é natural e tem como origem o próprio rio Amazonas, que está em fase de cheia. Mas como é o Tapajós que deságua no Amazonas, o sedimento que vem contra corrente está muito aquém do necessário para explicar a turbidez das águas, mostram as análises.
O Observatório do Clima escreveu sobre a nota técnica do MapBiomas. O Globo e o Jornal Nacional da TV Globo fizeram boas matérias sobre o assunto.
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